Cultivando talentos: uma mudança de paradigma no desenvolvimento profissional

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Divulgação freepik

Em todo o mundo, existe uma ampla gama de segmentos empresariais de diferentes tamanhos, atratividade e destaque, seja pelo que representam em determinadas regiões ou países (ou no mundo inteiro), seja pelo protagonismo que lhes é dado em diferentes épocas. Esses destaques variam e são impactados pelas preferências e necessidades do mercado, pelo foco das pessoas, pela mídia e pelos influenciadores, entre outros fatores. Isso impacta enormemente o mercado de trabalho, facilitando a atração de profissionais para os segmentos de maior relevância em detrimento dos demais.

Atualmente, os segmentos que envolvem maior força física, trabalho mais árduo, que exigem presença física e que estão longe de áreas urbanizadas mais atrativas, têm enfrentado muitos desafios para manter o interesse e competir por talentos no mercado de trabalho em igualdade de condições.

Tais fatores trouxeram dificuldades adicionais às empresas que operam nesses segmentos, como evidenciam notícias e estatísticas, que relatam o desafio de identificar e contar com trabalhadores para empregos.

A escassez de mão-de-obra técnica especializada é de notar que tem diminuído a nível global, com forte impacto não só nas economias desenvolvidas, mas também nas economias dos países emergentes, que mesmo antes de estarem maduros já enfrentam essa carência.

Atuando no segmento florestal e paisagístico, que é uma fração do segmento agrícola (reconhecido como um dos motores econômicos regionais), altamente dependente de mão de obra que desempenha atividades desde as áreas de plantio, manejo florestal e colheita até indústrias, centros de distribuição, assistência técnica e revendedores, além de conservação nas cidades, jardinagem e paisagismo, percebemos que esse desafio permanece em grande parte da nossa cadeia. Além disso, a falta de capacitação profissional para o segmento aumenta os desafios.

Para a maior parte desses negócios (normalmente micro, pequenos ou médios), há necessidade de mão de obra especializada, mas não há um grande número de vagas. Isto cria obstáculos financeiros ao aumento do investimento no desenvolvimento.

Com a compreensão desta necessidade, procurando dar-lhe resposta e acalentando a ideia de que as competências das pessoas podem traduzir-se em grandes resultados no trabalho, para os colaboradores e para as empresas, contribuindo também para o desenvolvimento regional, procuramos aplicar uma nova abordagem ao desenvolvimento profissional deste segmento.

Fazemos isso olhando para a nossa cadeia produtiva como um todo, a fim de identificar quais profissões estão relacionadas a ela e como poderíamos contribuir para a identificação de pessoas que demonstraram interesse, disposição, habilidades e comportamentos relacionados a ela.

Respondendo a esta procura, desenhamos um programa de desenvolvimento profissional, aberto à comunidade, denominado Formação de Operadores de Indústria e Serviços de Florestas, Relvados e Jardins, abrindo caminho para o início da construção de uma carreira nesta área.

Inicialmente, traçamos um desenho de programa baseado em nossas experiências em formação e desenvolvimento de pessoas. Ao mesmo tempo, saímos para conversar com outras empresas ligadas ao segmento em nossa região e também instituições ligadas à educação para o trabalho, estabelecendo parcerias. Dessa forma, o programa representa uma oportunidade única para os parceiros, pois empresas de diversos portes podem se beneficiar dele com baixíssimo investimento. Além disso, a comunidade onde atuam também é beneficiada, pois gera potencial para um efeito socioeconômico muito positivo.

Neste programa, introduzimos um plano que envolve três elementos principais para a identificação, desenvolvimento e colocação de profissionais interessados em participar:

– Avaliação de conhecimentos básicos e raciocínio;

– Avaliação de competências e comportamento;

– Formação teórica e prática.

Esta etapa avalia as competências que a pessoa possui em relação às demandas do perfil mapeado para o segmento, bem como avalia seu perfil comportamental. Essa etapa é de fundamental importância porque permite que o participante conheça mais sobre o segmento e teste suas afinidades com ele, bem como que as empresas saibam que os participantes já possuem essa identificação.

Formação Teórica e Prática: As aulas foram divididas em duas frentes: aulas teóricas e aulas práticas. Abordam as demandas de conhecimento da gestão empresarial, das práticas do segmento e dos produtos utilizados e têm como objetivo permitir que os participantes conheçam produtos e equipamentos em contato prático.

Através das aulas teóricas e práticas, é possível validar e confirmar, tanto para o participante como para as empresas parceiras, a afinidade e o futuro do participante como potencial trabalhador.

A experiência inicial mostrou o grande potencial e efeito positivo da abordagem, que mescla o interesse e a motivação das pessoas em trabalhar no segmento.

Através de empresas e parceiros (voluntários das empresas que aderiram ao programa), pudemos acompanhar o crescimento dos participantes, além de sua inserção no mercado de trabalho.

O treinamento permitiu um processo de integração mais rápido, além de acelerar sua curva de aprendizado quando iniciaram o trabalho, pois já trouxeram motivação, complementada por conhecimento, gerando uma grande aceleração.

A manutenção do programa e a garantia da sua continuidade têm-nos permitido refletir sobre os sucessos e oportunidades de melhoria para que evolua continuamente de forma a oferecer boas soluções aos participantes e parceiros.

Por meio desse processo, aprendemos que nossa cadeia, que é longa, envolve uma grande variação de necessidades e competências, principalmente na parte formal da educação e na complexidade de conhecimentos para o desempenho das atividades laborais. Isto levou-nos a trabalhar na revisão de alguns conceitos para novas turmas, revelando a necessidade de mais parceiros e diferenciação de acordo com a atividade que será desenvolvida, o que por sua vez trará o potencial de expansão do programa para mais regiões.

A Oregon Tool projeta, fabrica e comercializa peças de reposição e equipamentos para consumidores e profissionais em mercados finais globais selecionados. Temos três divisões diferentes na Oregon Tool: Silvicultura, Gramado e Jardim (FLAG); Fazenda, Fazenda e Agricultura (FRAG); e Corte e Acabamento de Concreto (CCF).

Sediada em Portland, Oregon, EUA, com locais de fabricação, centros de distribuição e escritórios de vendas em todo o mundo.

* Este artigo está relacionado a um programa da Oregon Tool no Brasil, com potencial para ser aplicado em outros países da América Latina.

Paolo Bicca – Diretor de Recursos Humanos da Oregon Tool

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