O levantamento mais recente mostra que a educação particular brasileira ficou em 11º lugar em leitura, na 30ª colocação em matemática e na 22º posição em ciências
No início de dezembro, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) lançou seu levantamento mais recente (2018 a 2022). Em relação à última pesquisa, o Brasil apresentou um desempenho estável em matemática, leitura e ciências, e a rede privada de ensino ganhou uma posição significativa no ranking.
O estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o Brasil ficou em 53º lugar em leitura, enquanto a rede privada brasileira ficou em 11º. Em matemática, a rede privada ficou em 30ª colocação e a escola pública em 65ª. Em ciências, o Brasil ficou em 62º lugar no ranking do Pisa, enquanto a escola particular brasileira ficou em 22º.
“Isso acontece, principalmente, porque a comunidade acadêmica, que inclui tanto a família quanto a escola privada, busca construir um ambiente melhor de aprendizagem para crianças e adolescentes. Então, quando procuramos um mecanismo que foca em gestão, na formação de professores, na implementação de tecnologias, entre outras coisas que aprimoram o ambiente escolar, nós alcançamos esses resultados,” conta Ademar Batista Pereira, ex-presidente do Sinepe/PR e, atualmente, delegado representante do sindicato e membro do Conselho Fiscal na Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).
Em 2022, o Brasil alcançou 379 pontos em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências. Em comparação realizada pelo Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), que simula os resultados da rede privada como se fosse um país isolado, a pontuação foi de 471 em matemática, 500 em leitura e 493 em ciências.
“Decidimos fazer uma comparação dessa forma, porque no Brasil a rede privada é grande o bastante para nos permitir trazer essa abordagem. Se compararmos em números de estudantes mais as famílias, chega a 46 milhões. Esse é o tamanho da Espanha, que tem hoje 47 milhões de habitantes. Ou seja, essa pontuação acaba tendo significado,” relata Batista Pereira. Na avaliação, a Espanha alcançou o desempenho de 473 pontos em matemática, 474 em leitura e 485 em ciências.
A cada três anos, a OCDE aplica a avaliação em 81 países para medir a performance de estudantes de 15 anos e, com a divulgação dos resultados do Pisa 2022, é importante entender como esses dados podem influenciar as estratégias de desenvolvimento educacional no Brasil e na rede privada nos próximos anos.
“Não estamos ótimos. Nós temos muito o que melhorar e devemos sempre buscar a renovação. É preciso investir recursos na formação de nossos professores para que, a cada dia, eles possam aprimorar seus conhecimentos. Além disso, podemos investir em projetos, tecnologias, desenvolver habilidades científicas, entre outras abordagens pedagógicas,” explica.