Infarto no Brasil: internações pela doença aumentam mais 150%

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Cardiologista do Hospital São Vicente explica sedentarismo, tabagismo, estresse são algumas das principais causas do aumento da chance de infarto

Como uma das principais causas de morte entre homens e mulheres no Brasil, os riscos de ocorrência das doenças cardiovasculares chamam atenção, principalmente para o infarto. Dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) apontam que, entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto no Brasil teve um crescimento. Entre as mulheres, a média foi de 1.930 para 4.973, 157% a mais. Já entre os homens ese crescimento foi ainda maior, a média mensal passou de 5.282 para 13.645, alta de 158%.

De acordo com o médico, o infarto pode ser definido como a morte de células de uma região do coração, normalmente por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 300 mil ocorrências de infarto agudo do miocárdio por ano, com óbito em 30% dos casos. Segundo a análise, a tendência é que até 2040 haja um aumento de 250% desses episódios.

A principal causa, como detalha Tosoni, é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, provocando a obstrução desses vasos. “Na maioria dos casos, o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação de um coágulo e à interrupção do fluxo sanguíneo”, detalha. Em casos raros, a condição pode ser causada pela contração da artéria ou pelo desprendimento de um coágulo originado dentro do coração, que se aloja no interior dos vasos.

Entre os fatores de risco, o especialista cita maus hábitos como o tabagismo e o sedentarismo, além de doenças pré-existentes como a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial e a diabetes. Já no cenário de ocorrências nos períodos mais frios, a idade se torna um fator agravante, ainda mais quando for complementar às demais condições de risco.

Além desses fatores, o frio também aumenta ese risco. O estudo do INC mostra que a incidência de infartos pode aumentar em até 30%. Idosos com idade entre 75 e 84 anos e pessoas com doença coronariana prévia são citados como os grupos mais vulneráveis.

“Com o objetivo de regular a temperatura corporal, o organismo faz a contração dos vasos sanguíneos e gera o aumento da pressão para evitar a perda de calor. Como as artérias estão mais estreitas, os coágulos e as placas de gordura podem dificultar o fluxo sanguíneo para o coração. Para indivíduos que já têm uma propensão ou já tem doença coronária instalada, a vasoconstrição pode favorecer a ocorrência do infarto”, explica Daniel Reis Tosoni, cardiologista do Hospital São Vicente.

Por isso, cuidados diários são essenciais, especialmente durante o inverno. A utilização de roupas mais quentes e a manutenção de uma temperatura confortável dentro de casa são ações simples que podem evitar a exposição a baixas temperaturas. Enquanto a adoção de uma dieta equilibrada, a prática de exercícios físicos e a cessação do consumo excessivo de álcool e o tabagismo são medidas preventivas importantes em qualquer estação do ano.

Além dessas ações, também é importante manter os exames médicos em dia, bem como estabelecer uma rotina de consultas regulares com um cardiologista. “O infarto é uma emergência que exige cuidados médicos o mais rápido possível. O tratamento geralmente é medicamentoso e muitas vezes cirúrgico, através do cateterismo cardíaco e da angioplastia coronária”, finaliza Tosoni.

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