Experiências visuais do artista desafiam o olhar comum por meio das percepções
Conhecido pela habilidade de transformar a imagem em experiência estética, o cineasta e repórter cinematográfico Fabio Freitas completa 40 anos de trajetória dedicada à arte do cinema e da fotografia.
Ao longo dos anos, o artista e jornalista desenvolveu uma linguagem visual própria, marcada por um olhar cuidadoso e profundo sobre a complexidade humana. De acordo com ele, a imagem pode desafiar o olhar comum, extrapolando o padrão tradicional de diálogo pautado pelo pensamento.
“A imagem é capaz de ir além do mero registro visual, revelando-se como criadora de sentidos. Gosto de criar conexões com as pessoas por meio da corporeidade, em que as percepções abrem um universo infinito de diálogos quando transcendem o óbivo”, destaca.
Admirador do cinema russo, Fábio observa em seu próprio trabalho as referências de diretores como Andrei Tarkovsky e Mikhail Kalatózov. Segundo ele, a influência de outros artistas não é pensada de forma lógica durante a criação; faz parte do seu repertório orgânico adquirido ao longo dos anos:
“Há um processo intuitivo durante as filmagens e, mesmo sem intenção deliberada, observo como as linguagens desses ícones do cinema são ressignificadas no meu processo criativo de forma espontânea. Ou seja, não há uma lógica estruturalmente tradicional nessas influências, mas uma forma sensorial de atuar relacionada às minhas vivências pessoais”, explica.
Paralelamente à arte, Fabio também se dedica à reportagem cinematográfica, tendo participado de eventos de grande porte, como a cobertura da Copa do Mundo na África do Sul, em 2010, as Paraolimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016, além de shows e eventos internacionais. As conquistas do jornalista também o tornaram uma referência como profissional da informação, mas a paixão pela arte é o que o move:
“As artes permitem que as pessoas revejam o mundo sob novas perspectivas e, com isso, surgem possibilidades de transformações sociais e pessoais tanto para quem as contempla quanto para quem atua com elas”, finaliza.